quarta-feira, 11 de março de 2015

Provavelmente


Provavelmente pode acontecer; mas é tudo pouco provável, um talvez.

E nesse dilema entre a certeza e o talvez, é que mora o pior de todos os inimigos: a insegurança. Contudo, meu bem no amor não deveria haver incertezas.

Eu te amo! É a mais clara das fiúzas.

E quando eu digo: “Fica comigo” é uma afirmativa, dizendo que o meu coração quer fazer morada no teu.

Provavelmente tu não vens hoje. Mas, caso venhas, saiba que estarei aqui te esperando, garrafa de vinho e taças postas; mas olhe meu bem, se não vem fique tranqüilo, pois não espero por mais ninguém.

Esperar é doloroso sabe? Cansativo, irritante. É a espera que esfria o café, que estraga o jantar, que apaga as velas e faz com que o amor se debele. Ah, é a espera que faz com que o caramelo passe do ponto. É provavelmente a ação mais inerte que há.

E nesses muitos “provavelmente” quiçá eu conheça alguém. Um que tenha certeza, que fique comigo, que faça do meu peito moradia fixa e da minha boca residência de aluguel. Um alguém que chegue no horário, que me traga um cd de Nara.

Nota: Nara Leão, que fique claro.

Um alguém que entenda das minhas desestruturas românticas, dos meus devaneios intensos, da minha inquietude constante...

Um alguém que no fim da vida, olhe os céus e agradeça a Deus por eu ter feito parte dela e que feneça sorrindo sabendo, pois que um dia o amor também lhe sorriu...


Provavelmente...

(texto: Charles Nascimento)

Um comentário:

  1. Gosto do provavelmente, desse alguém que está por vir, dessa suavidade impregnada em cada palavra do texto. Gosto de saber e ver que a sensibilidade ainda não se perdeu! =)

    Parabéns Charles, belo texto!

    http://joandersonoliveira.blogspot.com.br/

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